Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) estão expandido seus ‘negócios’ com tentáculos apontados para a Europa, Estados Unidos, África e Ásia.
O que perecia impossível se torna uma realidade temerosa com força e proporção.
A história do Comando Vermelho começa pelos idos da década de 1970, quando presos por assalto a bancos, assassinos e mais tarde grandes traficantes foram colocados juntos no chamado ‘fundão’, celas que ficavam nos fundos do presídio da Ilha do Diabo no Rio de Janeiro, com os presos políticos da ditadura militar da época. Houve um interação entre os grupos: os presos do crime mostraram como se assaltava bancos e outras formas de atuação no submundo. Os presos políticos mostravam e ensinavam métodos de organização, cultura geral, realidades sobre Burguesia x Proletariado, exploração capitalista inserindo na massa carcerária a consciência de classe. O que era conhecido como Falange Vermelha torna-se o Comando Vermelho.
Já, a história do PCC tem como pano de fundo as agressões, estupros e mortes que aconteciam nas prisões paulistas. Era o começa da década de 1990. Geleião, Marcola e outros durante uma partida de futebol com o Primeiro Comando Caipira, que mandava nas cadeias, teve seus principais lideres mortos e com as cabeças cortadas, que segundo a estória, foram usadas como ‘bolas’ de futebol depois das execuções.
Passado o tempo e as histórias, hoje, as duas facções chegaram a um nível internacional, onde seus negócios e relacionamentos estão em consonância com as principais máfias do mundo.
Na ultima quinta-feira (12), o ministro da justiça Ricardo Lewandowski e o diretor geral da Policia Federal Andrei Rodrigues fecharam acordos com a justiça italiana numa reunião em Roma, para juntas atuarem no combate ao crime organizado das facções brasileiras e da máfia da Itália.
Em uma operação policial que aconteceu em João Pessoa, capital da Paraíba na última terça-feira (10), as investigações mostraram que ramificações da máfia italiana montaram uma base de vendas de drogas para o mercado mundial do crime. Cúpulas entre as facções do Brasil e mafiosos italianos estavam sendo formadas. Vários integrantes foram presos. A Cúpula das facções e máfia italiana se estende até as regiões da Amazônia, onde as fronteiras com Bolívia, Peru e Colômbia são vizinhas de ‘porta’ com o Brasil. O sul do país também segue esta ramificação. Em Balneário Camburiu, em Santa Catarina, foi descoberta atuação da Cúpula em negócios imobiliários e transporte da droga para o exterior através do porto de Itajaí.
Um fato é realidade e ninguém pode negar: as facções brasileiras chegaram onde chegaram por uma série de fatores e que causarão discordâncias. Entre elas a desigualdade social que cooptou cérebros com grande inteligência e capacidade numa situação vulnerável como massa que já nasce falida e sem perspectiva. Uns dirão que todos estes são ‘vagabundos’. Enquanto a discussão continua para saber quem tem a razão as facções crescem fazendo política, negócios e tendo seus lucros sendo lavados e até fazendo parte do PIB (Produto Interno Bruto).
Como disse Raul Seixas na música Metrô Linha 743: ” Quem será o desgraçado dono desta zorra toda”.
*Paulo Motta é jornalista pelo DRT 1298/RO e inscrito no SINJOR-RO e FENAJ